Estude redações nota mil no Enem 2024

Estudar redações nota mil no Enem 2024 ajuda a compreender como construir um texto que atenda às competências avaliadas pela banca. Neste artigo, analisamos exemplos de candidatos e as estratégias que podem ser replicadas. Saiba mais!

Conteúdo produzido por Corrija-me - Correção de Redação Em Redação Dissertativa

Estudar redações nota mil no Enem 2024 é uma excelente estratégia para quem está se preparando para as próximas edições do exame. Analisar textos que conquistaram os mil pontos permite que você compreenda o que os avaliadores buscam e como aplicar as competências de forma adequada.

Nesse cenário, nós da Corrija-me preparamos um artigo completo sobre como analisar textos nota mil, quais elementos eles têm em comum e como aplicar essas técnicas na sua própria produção textual. Acompanhe a leitura e saiba mais a seguir:

Exemplos de redações nota mil no Enem 2024

Em 2024, o tema da redação proposto pelo Inep aos candidatos do Enem foi: “Desafios para a valorização da herança africana no Brasil” e apenas 12 participantes conquistaram a tão sonhada nota máxima. Veja a seguir como alguns dos textos com nota 1000 se destacaram e o que você pode aprender com eles: 

Amanda Chagas – Rio de Janeiro (RJ)

A obra “Torto Arado”, de Itamar Vieira Junior, conta as vivências das irmãs Bibiana e Belonísia, com ênfase na forte relação cultural e religiosa que estabelecem com a ancestralidade africana. Fora da ficção, apesar do enaltecimento promovido pelo autor, as heranças afrodescendentes sofrem com a desvalorização constante no Brasil. Nesse contexto, o passado colonial e a cultura eurocêntrica configuram desafios que fundamentam esse grave panorama.Em primeira análise, convém ressaltar que a escassa valorização de tais tradições se arquiteta como expressão de contribuições históricas. De fato, a escravização de povos oriundos da África, no Brasil Colônia, constitui a base para a formação do país. Nessa conjuntura, esses indivíduos foram vítimas de violências físicas e simbólicas que, de forma cruel, visavam à docilização e ao apagamento da identidade desses grupos. Desse modo, a marginalização da população negra nesse período, promovida pela elite branca, implicou, consequentemente, a invisibilização dessa minoria até a atualidade, visto que o Estado falhou na inserção social e na valorização do legado africano após a abolição da escravidão.Ademais, uma segunda análise acerca da problemática revela a influência da hipervalorização da cultura branca. Sob a perspectiva de George Orwell, a mídia é capaz de mover a massa – inclusive no que tange às preferências culturais. Nessa lógica, a hegemonia europeia – de caráter secular – nas produções artísticas brasileiras, somada à inferiorização de elementos de matriz africana, culminou na instituição de uma cosmovisão popular voltada para a descredibilização das heranças invisibilizadas. Com efeito, a exposição midiática insuficiente culmina na subvalorização dessas tradições, as quais sofrem, por exemplo, com tentativas de criminalização, como ocorreu com o samba na Primeira República e com o funk em 2018. Logo, essa realidade degradante precisa ser desconstruída.Portanto, torna-se evidente o impacto de questões históricas e culturais na manutenção do impasse sociocultural. Para combater esses desafios, a mídia – entidade de vasto alcance popular – deve promover a valorização das culturas africanas herdadas , porEstude redaçõe meioEstude redaçõe da criação de filmes, documentários e novelas que as exponham, a fim de mitigar a perpetuação da desvalorização histórica e de problematizar o passado colonial. Dessa maneira, finalmente, será possível atribuir o devido valor ao legado afrodescendente no Brasil, assim como em “Torto Arado”.

A redação de Amanda Chagas se destacou pela combinação entre literatura e crítica social. Ela usa “Torto Arado” como base interpretativa e aponta a mídia e o legado colonial como pilares da desvalorização da herança africana.

Além disso, vale destacar que seu texto apresenta uma linguagem clara e articulada com excelência passado e presente, ao mostrar como o eurocentrismo ainda influencia as produções culturais.

O destaque está na coerência entre tese e proposta de intervenção, com a sugestão de que a mídia promova a valorização das culturas afro-brasileiras, sendo esta uma solução viável, ética e bem detalhada.

Anna Beatriz Veríssimo – Baraúna (RN)

Na obra literária “Torto Arado”, Itamar Vieira retrata uma comunidade quilombola na fazenda Água Negra, na Bahia, relatando aspectos socioculturais relevantes para essa população afrodescendente, como os rituais religiosos e os saberes tradicionais passados pelas gerações. Fora da ficção, é nítido que a sociedade brasileira não valoriza a herança africana presente desde a histórica formação nacional. Essa problemática da invisibilidade decorre da mentalidade colonial eurocêntrica, bem como da lacuna educacional no tocante ao resgate da cultura afro-brasileira.

Dado o exposto, pode-se considerar a persistência de ideais eurocêntricos como empecilho para o reconhecimento do vasto legado africano no país, uma vez que tais formas de conhecimento são estigmatizadas em detrimento da valorização dos costumes hegemônicos dos colonizadores. Tal questão pode ser verificada sob o conceito de “racismo estrutural”, cunhado pelo antropólogo Silvio Almeida, em razão da naturalização do racismo em diversas esferas, a exemplo da linguagem e do uso de expressões como “magia negra” para vincular um sentido negativo ao que é negro. Dessa forma, o pensamento de desvalorização da herança africana se materializa no cotidiano, conforme denunciado por Almeida, e distancia a nação do desejo de aprender acerca dos costumes e valores africanos, ao atribuir estereótipos de desqualificação a esses saberes, o que aprofunda o óbice.

Além disso, é notória a falha educacional brasileira no que se refere ao resgate da cultura afro-brasileira, presente em canções, ritmos, festas populares e diversas manifestações importantes para o patrimônio nacional. Nesse viés, embora a Lei de Diretrizes e Base preconize o ensino obrigatório da história africana no ambiente escolar, ainda há uma escassez de programas nesse âmbito, na medida em que observa-se um amplo desconhecimento acerca das grandes personalidades negras ou de suas origens (como o escritor Machado de Assis, muitas vezes representado como branco), bem como do heroísmo dos abolicionistas, a exemplo do advogado Luiz Gama. Dessa maneira, elementos culturais, como a literatura negra, são esquecidos por parte da população, o que destona da proposta memorialística da LDB.

Portanto, é preciso reconhecer e valorizar a herança africana no Brasil. Para isso, o Governo Federal, em parceria com as secretarias estaduais de educação, deve ampliar as campanhas de valorização da cultura africana, sob um viés afrocentrado, por meio de votação entre deputados e senadores — responsáveis pela aprovação da Lei Orçamentária Anual (LOA) —, com a finalidade de combater a visão eurocêntrica presente na sociedade, promovendo o aprendizado da história sob a ótica dos afrodescendentes. Ainda, cabe ao Ministério da Educação, como responsável pela elaboração de políticas públicas de educação, fomentar palestras socioeducativas, ministradas por pedagogos negros, nas instituições escolares, a fim de disseminar o conhecimento acerca o inestimável legado africano na história e na cultura do país. Nessa perspectiva, o panorama diverso destacado em “Torto Arado” será devidamente valorizado pela sociedade brasileira.

 

A redação de Ana Beatriz Veríssimo apresenta uma abordagem analítica. Ela associa a invisibilidade da cultura afro-brasileira ao racismo estrutural e à ausência de políticas educacionais com eficácia.

Seu texto é exemplar no uso de conceitos sociológicos, como o de Silvio Almeida, e de bases legais, ao citar a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. A conclusão demonstra viabilidade política e educacional, com a proposta de ampliar campanhas federais e ações pedagógicas com foco afrocentrado.

Danilo Oliveira Batista – São Luís (MA)

O “ciclo do ouro” – ocorrido no Brasil no século XVIII – acarretou o aumento do número de escravos provenientes do continente africano no país, trazidos com graves diferenças culturais entre si, sem que fossem levados em consideração os aspectos regionais e sociais de suas origens, ocasionando uma homogeneização forçada de indivíduos. Atualmente, de forma análoga à História Colonial Brasileira, ainda há uma forte tendência à padronização cultural da África, desprezando sua pluralidade e seu legado. Assim, dois grandes desafios para a valorização da herança africana no Brasil devem ser debelados: as políticas públicas ineficazes e as falhas educacionais.

Diante do cenário exposto, as políticas públicas ineficazes possibilitam a desvalorização do legado africano no país, uma vez que elas impedem o estabelecimento concreto de uma revisão histórica pautada em mais oportunidades, proteção e visibilidade para pessoas pretas. Consoante o sociólogo Émile Durkheim, uma sociedade sem regras claras, sem valores e sem limites encontra-se em estado de anomia social. Nesse sentido sociológico, esse estado anômico pode ser observado na hodierna realidade brasileira, na medida em que as políticas públicas ineficientes permitem o desprezo e o desrespeito com as religiões de matriz africana, a desassistência em áreas quilombolas e a ausência de representatividade em propagandas, por exemplo. Com base nisso, uma mudança urgente e pragmática deve ser realizada, visando à transformação dessa conjuntura, de modo a não só valorizar a herança africana no país, como também a protegê-la.

Ademais, as falhas educacionais também constituem-se como importantes fatores que aprofundam o descaso com o legado africano no Brasil. Segundo o filósofo Inmanuel Kant, “o homem é aquilo que a educação faz dele”. Sob esse prisma filosófico, essas falhas educacionais solidificam mentalidades alienadas na população, potencializando preconceitos e ratificando equívocos concernentes à cultura africana no país. Nesse viés, a própria formação do cidadão brasileiro – no que tange à África e sua herança – é maculada por noções desprovidas de veracidade e etnocêntricas, corroborando a desvalorização da pluralidade e das “raízes africanas”, presentes em campos variados, como a gastronomia, a dança e a religião, representados respectivamente, pelo acarajé, pelo tambor de crioula e pelo candomblé. Então, torna-se imperiosa a correção imediata dessas falhas, no sentido de debelar erros e ampliar visões africanas positivas.

Infere-se, portanto, que as políticas públicas ineficazes e as falhas educacionais configuram-se como os dois desafios para a valorização da herança africana no Brasil. Nessa ótica, o Governo Federal – órgão máximo responsável pela ordem social – deve ampliar as políticas públicas existentes, tornando-as mais eficazes, por intermédio de uma aliança com o Governo Estadual e o Governo Municipal, com a finalidade de aumentar a proteção, as oportunidades e a representatividade das pessoas pretas. O Governo Federal também deve corrigir as falhas educacionais, por meio da Mídia — grande divulgadora de informações — e da Escola, a fim de mitigar equívocos, ocasionando a valorização do legado africano. Logo, o país possuíra uma estrutura melhor para “dialogar” com a herança da África, longe da padronização impositiva ocorrida durante o “ciclo do ouro” no século XVIII.

 

A redação de Danilo Oliveira impressiona pela estrutura impecável e pela profundidade teórica. Ele começa com uma analogia histórica, do “ciclo do ouro”, para discutir a padronização cultural e o apagamento da pluralidade africana.

Além disso, ele também usa Durkheim e Kant como base para a argumentação, o que demonstra maturidade intelectual e domínio de repertório filosófico.

Sua proposta de intervenção é bem detalhada e envolve diferentes esferas do poder público. Além disso, destaca a importância da representatividade e da educação antirracista.

O que as redações nota mil no Enem 2024 têm em comum?

As redações nota mil no Enem 2024 compartilham elementos que vão muito além da boa escrita. Elas demonstram domínio das cinco competências de avaliação pelo Enem, com coerência, coesão e posicionamento crítico. Sendo assim, ao analisá-las, é possível identificar padrões que você pode replicar, entre os quais estão:

Introduções contextualizadas e com repertório de peso

Logo na introdução, é possível reparar que as redações nota mil no Enem 2024 mostram domínio do tema. A citação da obra “Torto Arado”, de Itamar Vieira Junior, é um exemplo recorrente entre os candidatos de destaque.

Ademais, Amanda Chagas e Ana Beatriz Veríssimo iniciam suas redações a partir do livro, relacionando a ficção às questões reais sobre ancestralidade e cultura afro-brasileira. Essa estratégia, portanto, demonstra um bom repertório e cria uma ponte entre o tema proposto e a realidade social brasileira.

Clareza e posicionamento na tese

Em todos os exemplos de redações nota mil no Enem 2024, a tese aparece de forma explícita.  Amanda destaca “o passado colonial e a cultura eurocêntrica” como desafios; Ana aponta “a mentalidade eurocêntrica e a falha educacional”; Danilo enfatiza “as políticas públicas ineficazes e as falhas educacionais”. O que todos têm em comum? Eles delimitam dois fatores centrais, o que orienta o desenvolvimento e evita dispersão argumentativa.

Desenvolvimento com repertório sociocultural pertinente 

O desenvolvimento está entre os pilares das redações nota mil no Enem 2024. Os argumentos, por sua vez, sustentam-se com base em um bom repertório, sejam filosóficos, sociológicos ou históricos. 

Nesse cenário, todos os candidatos, inclusive os citados como exemplo, apresentaram diversidade de referências. Isso mostra, portanto, que um bom repertório é aquele relevante, com contextualização e aplicação adequada. Afinal, de nada adianta você decorar mil citações e referências e na hora da prova não associá-las ao tema. 

Conclusão detalhada

As propostas de intervenção das redações nota mil no Enem 2024 são completas: apresentam agente, ação, meio, finalidade e detalhamento. No caso dos exemplos citados acima, todas têm pontos em comum: são viáveis, éticas e coerentes com a discussão desenvolvida. Sendo assim, todos são requisitos essenciais para atingir o topo da competência 5.

Como estudar redações nota mil de forma estratégica

Ler as redações nota mil no Enem 2024 é importante, mas aprender com elas requer o uso de um método adequado. Veja o passo a passo:

  • Leia com foco na estrutura: identifique introdução, tese, desenvolvimento e proposta.
  • Grife repertórios e argumentos: note como os candidatos usam cada referência para sustentar ideias.
  • Observe os conectivos: perceba como o texto flui naturalmente.
  • Reescreva trechos: tente reformular partes com suas próprias palavras, mantendo a coerência.
  • Compare com seus textos: veja o que falta na sua escrita e o que você pode melhorar.

Leia mais: Como fazer uma redação nota 1000 no Enem: guia completo atualizado para 2025

Como estudar redações nota mil de forma estratégica

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Por fim, as redações nota mil no Enem 2024 mostram que excelência é resultado de conhecimento e técnica. Ao estudá-las, você aprende não apenas a escrever melhor, mas também a argumentar com profundidade e empatia, habilidades essenciais para o Enem e para a vida acadêmica.

Sendo assim, se quiser dar o próximo passo, estude com uma plataforma especializada em correção e análise de redações. Estude com a Corrija-me! Oferecemos modelos comentados, materiais completos, cursos de redação, correções e feedbacks personalizados. Tudo isso de forma 100% online e acessível, com o suporte de profissionais especializados para ajudar você a aprimorar sua escrita de acordo com seu estágio de aprendizado.

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Correção de redação

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