Conteúdo produzido por Corrija-me - Correção de Redação Em Bancas e suas Redações
Estudar as redações nota mil no Enem é uma das principais estratégias para quem vai prestar vestibular e quer se sair bem no exame. Em geral, os candidatos que se destacam são aqueles que apresentam uma argumentação bem desenvolvida e um domínio da norma culta da língua portuguesa, atendendo aos critérios de avaliação.
Mas o que diferencia uma redação nota 1000 das demais? Preparamos um artigo completo para mostrar o que podemos aprender com as redações nota mil no Enem e, com isso, melhorar sua escrita. Vamos lá?
Exemplos de redações nota mil no Enem 2023
Em 2023, foram 60 redações nota mil no Enem. O tema foi “Desafios para o enfrentamento da invisibilidade do trabalho de cuidado realizado pela mulher no Brasil”. Nesta última edição, assim como em todos os anos, o Inep disponibilizou os espelhos de redações dos candidatos, inclusive dos que tiveram nota máxima. Veja alguns dos exemplos que atingiram nota 1000:
Redação nota mil Enem 2023 – Arthur Sanches Sales
Foto: Reprodução/Inep
Introdução
“Conforme estudos demográficos realizados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a população de idosos crescerá drasticamente nas próximas décadas. Nesse contexto, o trabalho de cuidado realizado pelas mulheres é fundamental para acolher essa parcela populacional. Todavia, a invisibilidade e a omissão estatal são desafios que perpetuam o descaso sofirdo por essas trabalhadoras no Brasil. Logo, faz-se imperioso a tomada de medidas que resolvam esse contexto de emergência generalizada.
Desenvolvimento
Sob essa perspectiva, é crucial que a escassez de debates acerca da importância das atividades de assistência seja superado. A esse respeito, a ilustre filósofa Djamila Ribeiro defende que, para atuar em uma situação, deve-se, antes de tudo, tirá-lo da invisibilidade. Entretanto, o panorama nacional destoa do pensamento da autora, já que o alto índice de empregadas domésticas em condições ocupacionais precárias não é enxergado pelo círculo social, de modo que discussões sobre essa questão não sejam priorizadas, dificultando intervenções nesse problema. Então, essa nebulosidade prescisa ser exposta para conscientizar a sociedade.
Outrossim, vale ressaltar de que maneira a negligência do Estado fomenta a marginalização das cuidadoras. A partir disso, o sociólogo polonês Zygmunt Bauman utiliza o termo “Instituição Zumbi” para simbolizar as entidades que não cumprem seu papel previamente estabelecido. Segundo o raciocínio, é possível compreender o Poder Executivo como um exemplo da ideia do expoente da Sociologia, uma vez que a sua função de garantir dignidade profissional a todo não está sendo cumprida em sua totalidade, pois muitas trabalhadoras de acolhimento ainda encontram-se em situações indignas. Por isso, a conduta governamental necessita ser reformulada para assegurar os direitos dessas profissionais.
Conclusão
Portanto, torna-se primordial mitigar a marginalidade do trabalho de cuidado realizado pelo gênero feminino. Dessa forma, o Ministério da Cidadania, enquanto responsável por políticas cidadãs, deve propagar dados e pesquisas que revelem a gravidade do esquecimento sofrido pelas cuidadoras, por meio de plataformas midiáticas de destaque, a fim de atingir o maior contingente possível e conscientizá-lo. Ademais, a coletividade, por intermédio do Ministério Público, precisa cobrar do Governo Federal ações efetivas de proteção ocupacional às empregadas domésticas, com o intuito de promover o labor digno a esses indivíduos. Assim, a acolhida da nova geração de pessoas de terceira idade poderá ser efetiva.”
Redação nota mil Enem 2023 – Francisco Roney Sousa Suriano
Foto: Reprodução/Inep
Introdução
“A Constituição Federal, promulgada em 1988, foi esboçada com o objetivo de delinear direitos básicos para todos os cidadãos – como condições satisfatórias de trabalho. Contudo, hodiernamente, esse postulado constitucional é deturpado, visto que o contato com a área trabalhista, por meio do trabalho de cuidado realizado por mulheres, se encontra na invisibilidade e não efetivado na sociedade nacional. Acerca disso, para discutir a questão de maneira ampla, hão de ser analisados os seguintes fatores: as desigualdades no acesso à informação e a inobservância governamental.
Desenvolvimento
Em primeiro âmbito, é válido perceber o panorama de assimetria social como fator potencializador da invisibilidade do trabalho de cuidado realizado pela mulher no Brasil. Segundo Ariano Suassuna, ilustre pensador brasileiro, o território nacional está dividido em dois países distintos; o dos privilegiados e o dos despossuídos. Sob essa lógica, o autor faz um alerta a respeito da desigualdade de renda, de oportunidades e de acesso à informação vigente no Brasil. Nesse sentido, parcela da população feminina, majoritariamente jovem e preta, padece frente à carência de informações relacionadas às garantias de assistência previstas para esse setor trabalhista, pois tem dificuldade em obter meios de comunicação, como o aparelho celular, pelo custo elevado. Esse cenário potencializa a invisibilidade do trabalho de cuidado, tendo em vista que a desinformação permite que muitas mulheres fiquem passivas e inativas na busca por seus direitos, ocasionamento, consequentemente, explorações de jornadas de trabalho exaustivas, muitas vezes, não remuneradas. Dessa maneira, por não reconhecer a importância da assistência e da regulamentação do trabalho, por exemplo, muitas mulheres assumem trabalhos de cuidado sozinhas e na informalidade, conduta que dá margem à formação de diversos problemas, como desgastes físicos e psicológicos, dificultando, assim, o combate à invisibilidade do trabalho de cuidado. É essencial, então, a difusão de informações sobre a assistência para esse setor laboral.
Outrossim, cabe enfatizar a negligência governamental como um dos principais fatores que viabilizam a invisibilidade do trabalho de cuidado no tecido social. Nesse aspecto, por não investir suficientemente na criação e na implementação de projetos que fiscalizem e promovam assistência para as trabalhadoras de cuidado, o país omite esse impasse do meio comunitário e permite, dessa forma, a continuidade desse infeliz cenário de exploração feminina. Nessa perspectiva, como afirmou o filósofo Gilberto Dimenstein, em sua obra “Cidadão de Papel”, a legislação brasileira é ineficaz, dado que, embora aparente ser completa na teoria, muitas vezes não se concretiza na prática. Prova disso é a escassez de políticas públicas satisfatórias voltadas para a aplicação do Artigo 23 da “Constituição Cidadã”, que garante, entre tantos direitos, condições dignas e satisfatórias de trabalho. Sob esse viés, evidencia-se que a pouca atuação do Estado no que concerne à garantia de condições laborais dignas para as mulheres possibilita, de certa forma, a existência de várias “cidadãs de papel”, no Brasil, uma vez que embora um ambiente de trabalho satisfatório seja um direito constitucional, muitas mulheres sofrem com a falta de assistência ao realizar trabalhos de cuidado. É preciso, pois, como alternativas ao enfrentamento da invisibilidade do labor de cuidado, a reformulação dessa postura estatal.
Conclusão
Portanto, é nítido que o debate sobre o enfrentamento da invisibilidade do trabalho de cuidado realizado pela mulher no Brasil é relevante e precisa ser difundido. Para tanto, urge, que as instituições educacionais, a exemplo de escolas e faculdades, promovam, por meio de verbas governamentais, campanhas e palestras em espaços públicos, validando a importância da valorização do trabalho de cuidado e informando as garantias assistenciais desse setor para a sociedade, visando garantir a construção de uma mentalidade crítica na coletividade. Ademais, cabe ao Ministério do Trabalho desenvolver, em parceria com o Ministério da Mulher, fiscalizações em ambientes de trabalho de assistência, aspirando mitigar formas de exploração de laborais de cuidado. Quiçá, nessa vida, tornar-se-á notável a amenização do infortúnio, e a Constituição será cumprida de forma precisa.”
Redação nota mil Enem 2023 – Letícia Vicente da Silva
Foto: Reprodução/Inep
Introdução
“Como símbolo da discriminação feminina no Brasil, o papel social da mulher, originado e consolidado na colonização portuguesa, é caracterizado pelo trabalho, exclusivamente, doméstico, haja vista que a escravização de indígenas e africanas restringiu as suas funções ao laliar do lar – como cozinheiras, faxineiras e até cuidadoras de crianças e senhores de engenho.
Desenvolvimento
Nesse contexto, é válido ressaltar que, embora não seja um tópico de constante discussão, o serviço das mulheres, especificamente o de cuidar de outras pessoas, é invisibilizado pela desvalorização e pela invisibilidade recebidas da sociedade, sendo uma marca do desafio enfrentado por essa minoria cotidianamente. Ademais, torna-se viável relacionar essa complicação à perpetuação de valores preconceituosos e à precarização dessa atividade laboral.
Nessa perspectiva, é possível citar que a criação de estereótipos agrava a permanência de raízes estruturais, tradicionalmente discriminatórias, uma vez que a mulher se torna uma figura funcional padronizada. Sob esse viés, como afirma a escritora contemporânea Chimamanda Adiche, grupos minoritários são marginalizados pelo corpo social devido às características pré-estabelecidas sobre eles, de forma que a imagem feminina seja um exemplo dessa situação ao ser relacionada, constantemente, ao trabalho de cuidado com uma conotação social negativa. Nessa conjuntura, é perceptível inferir que, analogamente à teoria de Chimamanda, a associação das mulheres ao cuidado, comunitário ou doméstico, é histórico, cultural e literário, como retratado na obra de Letícia Wischezavi, “A casa das sete mulheres” – que conta os 15 anos da Revolução Farroupilha pela visão de 7 mulheres destinadas a cuidar das feridas -, servindo de exemplo para o reforço de estereótipos femininos nos diversos âmbitos sociais, principalmente, no laboral.
Outrossim, a precarização do trabalho de cuidado realizado pela mulher brasileira é um dos inúmeros desafios que essas profissionais enfrentam diariamente, sendo um modo de invisibilizar a atuação no mercado profissional. Sob essa ótica, segundo o sociólogo Ricardo Antunes, a sociedade atual possui uma tendência de precarizar as atividades laborais, influenciada pela bolha ideológica que a isola no comportamento capitalista de luta desigual frequente.
Conclusão
Nesse prisma, pode-se concluir que, em consonância com o pensamento de Antunes, um grande desafio para quem vive esse exercício trabalhista é a desvalorização, já que, além das más remunerações financeiras e sociais, há o agravante da desigualdade de gênero que, historicamente, é uma pauta em discussão para erradicação.
Portanto, é indubitável constatar que medidas são necessárias para corrigir essa problemática. Assim, é imprescindível que o Ministério do Trabalho – órgão governamental responsável pela garantia de direitos – promova por meio de incentivos fiscais, programas de fiscalização das garantias trabalhistas das mulheres cuidadoras, a fim de diminuir os desafios enfrentados por essas profissionais cotidianamente. Paralelamente, é dever da mídia – máximo canal de informações da atualidade – viabilizar, por intermédio de comerciais televisivos, campanhas de conscientização sobre o papel da mulher na sociedade, com o intuito de eliminar estereótipos associados às funções exercidas por ela. Dessa forma, será possível uma maior visibilidade do trabalho de cuidado e das múltiplas atividades que uma mulher exerce.”
Elementos essenciais para redações nota mil no Enem
É possível extrair diversos pontos de aperfeiçoamento, não somente nos exemplos de redações nota mil no Enem 2023, mas também em redações nota máxima nos anos anteriores. Entre os principais, podemos destacar:
1. Compreensão profunda do tema
A compreensão profunda do tema é o primeiro passo para qualquer redação de sucesso. As redações nota mil no ENEM demonstram uma leitura cuidadosa e detalhada da proposta, com uma clara identificação dos aspectos que precisam ser abordados.
Os textos que alcançam essa nota demonstram uma análise crítica do tema, conectando-o a diferentes contextos e áreas do conhecimento.
Por isso, antes de começar a escrever, dedique um tempo para refletir sobre o tema. Faça anotações, organize suas ideias e pense em diferentes perspectivas que você pode abordar. Isso ajudará a criar uma base sólida para a argumentação.
2. Apresente uma tese clara
Definir sua tese é essencial para guiar a sua redação. Nas redações nota mil no ENEM, a tese não apenas responde ao tema proposto, mas também direciona toda a argumentação do texto. Essa tese deve ser explícita e apresentada já na introdução, orientando o leitor sobre o que esperar nos parágrafos seguintes.
Sendo assim, ao formular a sua, pense em uma frase que resuma a sua posição sobre o tema. O interessante, portanto, é que você desenvolva esse tópico ao longo do texto.
3. Explore seu repertório sociocultural
Um dos pontos mais valorizados nas redações do tipo dissertativo-argumentativo é a presença de um repertório sociocultural amplo. As redações nota mil no ENEM utilizam referências a obras literárias, dados históricos, acontecimentos atuais, conceitos filosóficos, entre outros, para enriquecer a argumentação.
Essas referências são sempre relevantes e bem integradas ao texto. O candidato, portanto, demonstra um profundo conhecimento do tema. Saiba, porém, que não é apenas a quantidade de informações que importa, mas sim a forma como você as utiliza para fortalecer sua argumentação.
4. Escreva uma proposta de intervenção original e executável
Em geral, os candidatos que conquistam nota mil no ENEM apresentam propostas originais, detalhadas e, principalmente, executáveis. Essas soluções demonstram não apenas uma compreensão do problema, mas também uma visão prática de como resolvê-lo.
Desse modo, para criar uma boa proposta de intervenção, pense em soluções que sejam realistas e dentro do contexto apresentado. Estruture-a com os cinco elementos essenciais: agente, ação, meio, finalidade e detalhamento.
5. Respeito às normas gramaticais
Pode ter certeza: nenhuma redação nota mil no ENEM é escrita sem o devido cuidado com as normas gramaticais. Isso inclui ortografia, concordância, regência, pontuação e o uso adequado da norma culta da língua portuguesa
As redações que alcançam a nota máxima demonstram um domínio completo da língua, sem cometer erros que possam comprometer a compreensão do texto.
Por isso, uma boa prática para quem quer alcançar uma boa nota, é treinar a escrita regularmente e revisar suas redações com atenção. O uso de ferramentas de correção gramatical pode ajudar, mas a leitura atenta do seu próprio texto é fundamental para identificar e corrigir possíveis erros.
6. Tenha originalidade e criatividade
Embora o Enem tenha seus próprios critérios de avaliação, a originalidade e a criatividade ainda são altamente valorizadas. As redações nota mil no Enem se destacam por apresentar pontos de vista originais e soluções criativas para os problemas discutidos.
Isso não significa fugir do tema, mas sim abordá-lo de uma forma que chame a atenção do leitor e dos corretores. Para isso, procure pensar “fora da caixa”. Use argumentos que possam enriquecer seu texto e diferenciá-lo dos demais.
Estude com a Corrija-me e prepare-se para entrar no time de redações nota mil no Enem!
Por fim, podemos concluir que as redações nota mil no Enem são exemplos de excelência que vão além do simples cumprimento de requisitos técnicos. Ao estudar as características dessas redações, é possível identificar os elementos essenciais para uma boa escrita e desenvolver suas próprias habilidades.
Através da plataforma Corrija-me, você pode contar com todo o suporte necessário para melhorar sua escrita, a qualquer dia e qualquer hora. Temos cursos de redação completos para nossos alunos ampliarem seu conhecimento de acordo com seu estágio de aprendizado, seja ele iniciante, intermediário ou avançado.
Além disso, nossa equipe é composta por profissionais qualificados para realizar a correção e revisão de seus textos e identificar os pontos de melhoria.
Estude conosco e prepare-se para conquistar sua aprovação no Enem!
Deixe um comentário